quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PARTE IX

Olívia andava com o vestido dourado no meio das flores, a alguns metros ela viu uma árvore com alguém sentado no balanço e resolveu correr até lá. Ao se aproximar encontrou o mesmo menino que antes usava roupas medievais vestindo roupas brancas. Olívia aproximou-se com um sorriso no rosto e disse.
• Posso saber o seu nome?
• Depende.
• Depende do que?
• Você vai continuar com medo de mim?
• Desculpa, não foi por mal é que as vezes eu acho que você é um fantasma.
• Porquê? Eu pareço um fantasma pra você?
O menino sorriu para Olívia e segurou em suas mãos. Ela sentiu uma onda de calor no corpo e respondeu.
• Acho que os fantasmas não são quentes assim. Bom, meu nome é Olívia, mas pode me chamar de…
• De Lili?
• Como você sabe? Quer dizer, não é difícil de imaginar, mas me diz por favor, qual o seu nome?
• Eu ouvi na festa, seus amigos te chamando de Lili. Meu nome está no desenho, não quer ver?
Na mão de Olívia apareceu um papel, ao abrir ela viu o desenho que seu irmão mais novo havia feito.
• Mas aqui está escrito LOV!
• Olhe direito
O menino iluminou o papel com o toque das mãos e Olívia conseguiu ler LUCAS CAMBRIONE, as letras LUC estavam visíveis e fáceis de indentificar, mas as outras se escondiam no desenho e nas cores, porém alinhadas formavam seu nome.
• Lucas Cambrione? Você não é daqui!
• Sou da Italia, mas já fazem alguns anos que estou aqui, não consigo voltar. Já não sei onde estão meus pais e amigos.
• Já os procurou na internet?
• Que é isso?

Olívia riu, havia algo de estranho nesse menino, mas era algo mágico, diferente de tudo que já vivera.
• Ai Lucas, você vive em outro mundo mesmo! Que pena que não trouxe meu celular, senão eu te mostrava.
• Celular?
• Ok esquece, mas me diga, como nós nos conhecemos?
• Você não lembra.
Lucas saiu do balanço e apertou um botão na árvore. O cenário de natureza mudou, as paredes subiram e logo os dois estavam no meio de uma multidão no salão de festa de um palácio com todos dançando.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

PARTE VIII

Olívia correu para o quarto, estendeu o vestido em sua cama tentou desamassa-com a mao. Seus olhos se encheram de lágrimas. Sua mae entrou no quarto e se aproximou tocando seus cabelos



  • Se você quiser eu compro outro vestido pra você.


  • Por alguma razao eu acho que estou viva por causa dele. Este vestido me salvou. Nao o jogue fora por favor.

  • Tudo bem me anjo, estarei lá embaixo, te esperando pra jantar.



Dona Helena deu um beijo na testa da filha e se afastou. Olívia enchugou as lágrimas e pendurou o vestido no cabide. Ela empurrou para os lados todas as outras roupas que estava pendurada deixando o vestido dourado em destaque. Antes que pudesse fechar o armário um cristal que enfeitava o tal vestido caiu em suas maos. Ao segurá-lo com força, Olívia fechou os olhos e viu o mundo rodar ao seu redor. Ao abrir os olhos viu o rosto daquele menino medieval a encarando de frente, quase colado ao seu.

Seus batimentos cardíacos dobraram, seus olhos arregalaram, suas maos tremeram e suas pernas correram em direçao as escadas. Descendo o mais rápido que conseguia. Ela nao pensava em nada, apenas corria. Correu até chegar na cozinha e ofegante viu seus pais rindo como uma garrafa de vinho tinto pela metade e restos de pizza espalhadas pelos pratos.



  • O que foi meu tesouro? Parece que viu um fantasma.


  • Parece?


  • Humhu, vem aqui.

Disse seu pai sorrindo e abrindo os bracos.



  • Deve estar assim porque nao come muito.
Fsua mae rindo em tom de ironia.


  • Pai!? Você embebedou a mamae?


  • Que nada filha, sua mae que me ofereceu o vinho
Disse Daniel piscando para Dona Helena.



  • Assim eu fico sem graça. Eu só queria comemorar a volta da minha pequena pra casa!


  • E sobrou pizza pra mim?


  • Sobrou sim meu anjo, mamae te acompanha.


  • Amo vocês, mas vou comer no meu quarto e deixar vocês dois a vontade.


  • Eu e sua mae estamos bem a vontade com você aqui. Nao precisa se ausentar. Nao é verdade Dona Helena?


  • É verdade, queremos você aqui. Fique para ouvir as histórias malucas de seu pai. Meus lábios estao doloridos de tanto rir.
A noite seguiu com mais meia garrafa de vinho, com mais pizza, muitas histórias, risadas e bom humor. Olívia descontraiu e se sentiu leve, seus olhinhos já piscavam de sono quando resolveu ir para o seu quarto dormir.



  • Boa Noite mae, boa noite.
Olívia beijou os dois no rosto e subiu calmamente e feliz para o seu quarto.

quarta-feira, 2 de março de 2011

continua depois do carnaval.

O CONTO VAI VOLTAR DEPOIS DO CARNAVAL,
NO MOMENTO ESTOU AFASTADA DA INTERNET POR PROBLEMAS NO MEU COMPUTADOR QUE ESTA NA ASSISTENCIA TECNICA. ESPERO PODER VOLTAR A ESCREVER LOGO E TERMINAR DE CONTAR ESSA HISTORIA. :)

DESCULPEM PELA DEMORA. GRANDE BEIJO.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Parte VII

(no sonho de Olívia)
Ao subir para o seu quarto, Olívia fechou os olhos e adormeceu com a esperança de encontrar o garoto medieval e desvendar os mistérios que vinha a sua frente. Olívia foi parar em uma pedreira escura, onde o chão era quente e o cenário cinza. Usava uma roupa normal do dia a dia, uma calça jeans e uma camiseta, diferente dos outros sonhos em que sempre vestia o maravilhoso vestido dourado.
Olívia foi andando pelas pedras, sem ter certeza sobre qual caminho seguir. Há alguns metros de distancia viu uma sombra que se movia em sua direção no meio da neblina. Ela abriu um sorriso e tentou se aproximar do único ser vivo que habitava aquele lugar. De longe Olívia começou a gritar e acenar para a sombra.
  • Ei! Vem pra cá! Quem é você? Consegue me ouvir?

Um barulho horrível cortou o silêncio, parecia o som de um leão, ou de um cachorro feroz, era um som diferente de todos, um grunido alto de um predador pronto para atacar. A neblina abaixou e Olívia viu a imagem de três seres primitivos, que andavam em duas pernas com corpo de homens e o rosto de lobo. Um deles usava a roupa que Jorginho estava na formatura. Olívia ficou apavorada, ela sabia que aqueles lobos tinham algo a ver com a morte de seu amigo, algo além do acidente de carro, mas ela não conseguia lembrar. Os três lobos começaram a encará-la e a se aproximar, como se quisessem dar o bote. Olívia acelerou os passos e correu o máximo que suas pernas conseguiam. Olhava para trás e percebia que seu fim estava próximo, os lobos se aproximavam e gruniam e Olívia aos prantos já não sabia como sair de lá.

  • Socorro! Alguém me ajude! Por favor eu não quero morrer!

A respiração de Olívia ficava cade vez mais cansada, seu corpo doia e suas pernas começaram a amolecer.

  • Alguém me ajude! Por Favor!

Nada, nem ninguém apareceu. Quando os lobos já estavam perto de agarrá-la, ela se jogou em um rio e foi nadando para longe dos lobos segurando sua repiranção debaixo d´água como se fosse um peixe. Ao subir a superfície para encher os pulmões de ar, Olívia abriu seus olhos e acordou no chuveiro entre seus páis que vieram acudi-la.

(na casa de Olívia)

Estranhado aquele cenário, mas sentindo um certo alívio Olívia perguntou.

  • Onde estou?
  • Filha, você teve febre, já vai ficar boa, foi só um pesadelo!
  • Eu sonhei coisas horríveis mãe, mas ele não veio me salvar! Dessa vez ele não veio!
  • Calma meu anjo, eu e seu pai estamos aqui para te ajudar.

Em seguida o interfone tocou.

  • Meu tesouro, o papai pediu pizza! Vamos comer?

Olívia estava morrendo de fome, parecia que seu estomago era um buraco sem fundo, aquela pizza tinha vindo na hora certa. Mas antes de se sentar a mesa, Olívia pegou e ficou observando o desenho que seu irmão mais novo havia feito para ela.

  • Mãe, o que você fez com meu vestido?
  • Que vestido?
  • O dourado, da formatura!
  • Filha, ele se rasgou no acidente e eu achei que você não o queria mais.
  • Tá bom, mas cadê ele?
  • Eu o separei para ser doado, quem sabe alguém não consegue reaproveitar o tecido?
  • Mãe, se eu perder o vestido ele nunca mais vai aparecer! Por favor me devolva!
  • Olívia! Quem não vai mais aparecer? Você precisa descansar! Eu não quero que você use mais aquele vestido, me faz lembrar do dia que eu quase te perdi!

Olívia correu para a garagem e começou a mecher no saco que sua mãe colocava as roupas para doação. Fez a maior bagunça, jogou tudo no chão e encontrou seu vestido dourado amassado entre as roupas velhas.

  • Por favor mãe, não jogue meu vestido fora! Ele é meu! Eu preciso dele!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Parte VI

Ao chegar em casa Olívia alegou estar muito cansada e sem fome e subiu para o seu quarto e se trancou lá. Dona Helena já foi se esquivando de ter que jantar com Daniel e foi logo avisando.
  • Olha Daniel, hoje nao temos nada preparado para o jantar, mas se estiver com fome tem esse disk pizza que entrega rapidinho. Fique a vontade, pode telefonar de casa. Vou tomar um banho e ja volto para assistir minha novela.
Daniel pegou o telefone e o panfleto do disk pizza e pediu uma do tamanho familia e mais 3 refrigerantes. Helena entrou no seu quarto e ouviu sua filha gritar!
  • Socoorro! Me ajude! Sai daqui! Socorro!
Helena foi correndo ate o quarto da sua filha, mas a porta estava trancada. Tentando abrir a porta sem sucesso ela gritou para Daniel!
  • DANIEL! Venha rapido, por favor!
Olivia continuava a gritar por socorro, mas parecia nao ouvir sua mae lhe chamar.
  • Filha! Abra a porta! O que ta acontecendo? Quem ta ai?
Daniel veio rapidamente e com um empurrao arrombou o quarto da filha. Ao entrar nao encontraram ninguem, apenas Olivia dormindo e se revirando na cama. Daniel tentou acalmar a filha abracando-a e sentiu que a temperatura do seu corpo estava elevada.
  • Helena, a Olivia deve ter passado dos 40graus, ela está ardendo em febre e por isso está delirando e tendo pesadelos. Liga o chuveiro frio, precisamos abaixar a temperatura dela imediatamente!
  • Eu vou ligar para o médico!
  • Helena depois voce liga, agora so quero que o meu tesouro fique bem e preciso da sua ajuda. Confie em mim pelo menos dessa vez, pare de ser tao orgulhosa.
Helena, nao acreditava que Daniel tinha coragem de chama-la de orgulhosa. Ela so queria consultar o medico. Afinal, ele nem mediu a temperatura de Olivia e nao sabia o que ela tinha. Como que um surfista da California poderia saber mais do que a própria mae? Confiar? Foi exatamente isso que ela ouviu na noite que os dois transaram no carro durante o melhor verao de sua vida. "Confie em mim, nao vai acontecer nada que vc nao queira!". Realmente, hoje Olivia é a pessoa que Helena mais ama neste mundo. Porém, há 19anos atrás, nao foi bem isso que ela planejava para seu futuro.

Helena sempre foi muito focada nos estudos e na carreira. Aos 28anos, quando conheceu Daniel, ela já havia decidido seu futuro, queria ser uma mulher livre, independente e bem sucedida. Com ele, queria apenas um sexo mágico, namorar durante o verao e desaparecer sem culpa. Mas a paixao tomou conta dos dois no passado e o que era para ser uma noite de amor, durou o verao inteiro. Durante o ano em que Helena se preparava para subir de cargo, seus planos tiveram que ser adiados, pois Daniel a presenteou com uma filha! Apesar de Olivia ter nascido fora dos planos, Helena era grata ao Daniel por ter dado a ela o bem mais precioso de sua vida!
  • Agua fria, né?
  • Sim, mas nem tanto, deixe um pouco morna para ela nao levar um choque térmico!
Os dois colocaram Olivia debaixo do chuveiro ainda de pijama. Aos poucos a febre foi abaixando, e Olivia voltando a ter consciência.

(to be continued...)

Parte V

No dia em que Olívia receberia alta dos médicos, seu pai veio visita-la. Daniel, era um surfista aventureiro que engravidou a mãe de Olívia durante um namoro de verão. Ele morava na California, nos Estados Unidos com outra família.

Por parte de mãe, ela era filha única, mas tinha dois irmãos por parte de pai, Steven e Matheus de 6 e 7anos. Daniel visitava a filha 1 vez ao ano sempre nas férias de inverno, pois adorava o verão brasileiro. Apesar do pouco contato com a filha, eles sempre trocavam emails e de vez em quanto se falavam por Skype e por telefone.

Daniel a chamava de `my Brazilian treasure`. (meu tesouro brasileiro) e apesar de não estar no seu período de férias e ainda não ser inverno nos Estados Unidos, ele fez questão de mostrar seu apoio e carinho pessoalmente.

No hospital a enfermeria autorizou a sua entrada no quarto e ele foi entrando com um sorriso no rosto e com um buque de flores e alguns cartões.
  • Como está meu tesouro brasileiro?
  • Pai?

Olívia ficou muito feliz em ver seu pai e lágrimas escorreram do seus olhos, pois ele nunca havia lhe dado flores.

  • Agora estou bem melhor, só de te ver, já estou bem melhor!
  • Fico feliz em te ver sorrindo my Brazilian treasure!
  • Veio sozinho? e a Jane, sua esposa e os meninos, cadê eles?
  • Vim sozinho princesa, mas o Mat e o Steven fizeram cartões lindos para você e a Jane lhe mandou um grande abraço e melhoras.

Daniel entregou nas mãos de Olívia dois cartões. O do Steven tinha um coração, pessoas sorrindo, um sol, e uma mensagem dizendo `get better, love Stev.` (melhore, com amor Steve) em inglês. O cartão do Mat espantou Olívia pois ele desenhou uma menina com vestido dourando ao lado de um homem e de um cavalo, escrito LUC.

  • Pai, o que o Mat escreveu aqui? LUC? o que isto quer dizer?

Daniel pegou o desenho e disse.

  • Filha, o seu irmão ainda está aprendendo a escrever, acho que ele quis dizer, LUV, amor, os meninos são loucos por você, eles ficaram muito preocupados e estão morrendo de saudades.
  • Mas pai, é que ele me desenhou com o vestido dourado, e este homem com cavalo . . .

Antes que ela pudesse continuar seu pensamento sobre aquele desenho, a enfermeira entrou no quarto.

  • Está pronta para voltar para casa?
  • Estou de alta?
  • Está sim e sua mãe já está subindo para te buscar, que bom que seu pai também está aqui assim a família inteira pode comemorar sua recuperação de volta ao lar!

Olívia deu um sorriso envergonhado, pois a enfermeira não sabia que seus pais não eram casados e que os três não faziam parte da mesma família. Olívia tinha duas famílias, a do seu pai durante as férias e a sua mãe e amigos durante o ano inteiro. Mas seus pais eram praticamente dois estranhos entre si, não tinham nenhum laço familiar que não fosse ela.

(dentro do carro)

Daniel, o pai de Olívia, acompanhou Helena e a filha no trajeto de volta para casa.

  • Mãe o papai pode passar un dias em casa?

Dona Helena ficou sem resposta, não sabia o que falar naquela situação.

  • Eu adoraria passar uns dias ao lado da minha filhinha, para falar a verdade eu só fechei o hotel por uma noite, mas estou com 10dias de folga pela empresa e não gostaria de ir embora sem ter certeza que meu tesouro está bem.

Helena começou a suar frio, não estava gostando daquela situação. Tinha criado sua filha sozinha, Daniel trabalhava como gerente de um restaurante de quinta, ela era gerente de marketing de uma multinacional, uma executiva que não dependia de nenhum homem e não namorava há mais de 2 anos. Ele o maior sedutor da fase da Terra, casado com filhos. Imagine só, ele de perna para o ar passando uns dias na sua casa? Apesar de ser pai da sua filha a idéia de tê-lo por perto não lhe agradava.

  • Daniel, sua filha já está bem, agradeço por ter vindo, mas não precisa perder tantos dias de trabalho para ficar no Brasil, ela está sendo cuidada e você sabe disso, nunca faltou nada para Olívia!

Daniel abaixou a cabeça se calando e Olívia interveio na conversa.

  • Faltou sim mãe! Faltou meu pai e eu queria que ele ficasse um tempo comigo. Temos um quarto de visitas e ele não está perdendo dias de trabalho, o chefe dele já deu folga mesmo!... E aí mãe, o que você acha?

Dona Helena queria responder naquela hora tudo o que ela achava. Achava que o pai dela não prestava, achava que ele era um sonhador, achava que ele queria ficar na casa com a filha porque estava duro para pagar um hotel no Brasil, achava que apesar do seus 43 anos ele ainda se portava com um menino de 25anos. E para piorar, achava que ele não havia envelhecido nada nesses dezoito anos o que a deixava mais brava, pois além de tudo ela era 4anos mais velha e esses 4anos a mais pesavam um século no espelho. De jeito nenhum! Daniel não ficaria hospedado em sua casa. E com todo sua firmeza, Dona Helena respondeu.

  • O que eu acho?... Acho que não tem problema nenhum ele ficar em casa, será um enorme prazer!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Parte IV

Os dias nos hospitais foram tensos, Olívia já se encontrava fora de perigo, mas se recusava a comer e sentia dores no estomago e na garganta. Quase todos os dias Olívia passava mal e regugitava, sua mãe já estava entrando em desespero quando o médico a chamou para conversar.
  • Diga doutor, o que minha filha tem é sério?
  • Olha Helena, sua filha passou por um trauma, está ainda muito triste, mas há alguns dias ela já saiu do perigo. Porém fizemos todos os exames possível para descobrir o que encadiava os vomitos e descobrimos que é um fator psicológico.
  • Está dizendo que minha filha não tem nada?
  • Não estou dizendo isso. Sua filha tem sim um problema que deve ser tratado, ela tem medo de engordar mesmo com soro e com a comida do hospital e força o próprio vomito.
  • Minha filha não faria isso! Ela não gosta de passar mal!
  • Devo informa-la que fizemos uma endoscopia e o estomago dela já se encontra debililato. Creio que ela tem Bulimia há mais de 2anos, não dá pra saber, mas é certo que ela vem escondendo isso a algum tempo já. O indicado é que a senhora procure um psiquiatra e um analista que a oriente.

Dona Helena fechou a cara e tomou aquelas palavras como um insulto. Antes de parecer mal educada com o médico, respirou fundo e lhe perguntou pausadamente.

  • Um ANALISTA? Ou melhor, um psiquiatra!
  • Isso mesmo senhora!
  • Você está insinuando na minha cara que minha filha é louca? Você faz idéia o que a pobrezinha acabou de passar? Você está insinuando que ela mente? Que ela tem Bulimia?
  • Não estou insinuando nada disso, apenas falando que sua filha já está fora de perigo, mas daqui pra frente vai precisar de um tratamento adequado.
  • Olha aqui doutor, minha filha não é louca, ela não precisa de um psiquiatra, ela só precisa de carinho. Tenho certeza que falando com ela, a Olívia vai me ouvir e se ela estiver fazendo algo errado vai parar.
  • Desculpe dona Helena, nunca disse que sua filha era louca. Só estou lhe passando o laudo médico e o tratamento que achamos adaquado nessa ocasião. De qualquer forma, concordo que sua filha precisa de muito carinho nessa hora. Se precisar de alguma ajuda, aqui está meu cartão.

O medico tira um cartão do bolso e o entrega a Dona Helena.

  • Ela vai tomar alta?
  • Vou conversar com os outros médicos, mas acredito que sim. Com lincesa, preciso checar outro paciente. Até breve.

Dona Helena deu aquele sorriso seco e falso sem falar uma palavra. Ficou pensativa por alguns minutos, não entendia como alguém poderia imaginar que sua filha estivesse com Bulimia, já ouvira falar dessa doença antes, mas entre mulheres magrelas, modelo de passarela e não meninas de peso normais. No hospital ela havia emagrecido, mas depois daquele trauma quem teria vontade de comer? Pra falar a verdade, dona Helena sabia que Olívia vivia em regime, mas nunca pensou que um dia isso pudesse virar uma doença. Ela não via a hora de voltar para casa e preparar um belo prato de risoto ao funghi, um dos pratos preferido da filha. De qualquer forma iria conversar com sua filha, lhe dar muito amor e carinho. O pior já havia passado. Aquele dia talvez seria o primeiro que Olívia dormiria em casa, depois de 7dias internada! Dona Helena abriu um sorriso e respirou aliviada.

(to be continued...)