quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Parte VII

(no sonho de Olívia)
Ao subir para o seu quarto, Olívia fechou os olhos e adormeceu com a esperança de encontrar o garoto medieval e desvendar os mistérios que vinha a sua frente. Olívia foi parar em uma pedreira escura, onde o chão era quente e o cenário cinza. Usava uma roupa normal do dia a dia, uma calça jeans e uma camiseta, diferente dos outros sonhos em que sempre vestia o maravilhoso vestido dourado.
Olívia foi andando pelas pedras, sem ter certeza sobre qual caminho seguir. Há alguns metros de distancia viu uma sombra que se movia em sua direção no meio da neblina. Ela abriu um sorriso e tentou se aproximar do único ser vivo que habitava aquele lugar. De longe Olívia começou a gritar e acenar para a sombra.
  • Ei! Vem pra cá! Quem é você? Consegue me ouvir?

Um barulho horrível cortou o silêncio, parecia o som de um leão, ou de um cachorro feroz, era um som diferente de todos, um grunido alto de um predador pronto para atacar. A neblina abaixou e Olívia viu a imagem de três seres primitivos, que andavam em duas pernas com corpo de homens e o rosto de lobo. Um deles usava a roupa que Jorginho estava na formatura. Olívia ficou apavorada, ela sabia que aqueles lobos tinham algo a ver com a morte de seu amigo, algo além do acidente de carro, mas ela não conseguia lembrar. Os três lobos começaram a encará-la e a se aproximar, como se quisessem dar o bote. Olívia acelerou os passos e correu o máximo que suas pernas conseguiam. Olhava para trás e percebia que seu fim estava próximo, os lobos se aproximavam e gruniam e Olívia aos prantos já não sabia como sair de lá.

  • Socorro! Alguém me ajude! Por favor eu não quero morrer!

A respiração de Olívia ficava cade vez mais cansada, seu corpo doia e suas pernas começaram a amolecer.

  • Alguém me ajude! Por Favor!

Nada, nem ninguém apareceu. Quando os lobos já estavam perto de agarrá-la, ela se jogou em um rio e foi nadando para longe dos lobos segurando sua repiranção debaixo d´água como se fosse um peixe. Ao subir a superfície para encher os pulmões de ar, Olívia abriu seus olhos e acordou no chuveiro entre seus páis que vieram acudi-la.

(na casa de Olívia)

Estranhado aquele cenário, mas sentindo um certo alívio Olívia perguntou.

  • Onde estou?
  • Filha, você teve febre, já vai ficar boa, foi só um pesadelo!
  • Eu sonhei coisas horríveis mãe, mas ele não veio me salvar! Dessa vez ele não veio!
  • Calma meu anjo, eu e seu pai estamos aqui para te ajudar.

Em seguida o interfone tocou.

  • Meu tesouro, o papai pediu pizza! Vamos comer?

Olívia estava morrendo de fome, parecia que seu estomago era um buraco sem fundo, aquela pizza tinha vindo na hora certa. Mas antes de se sentar a mesa, Olívia pegou e ficou observando o desenho que seu irmão mais novo havia feito para ela.

  • Mãe, o que você fez com meu vestido?
  • Que vestido?
  • O dourado, da formatura!
  • Filha, ele se rasgou no acidente e eu achei que você não o queria mais.
  • Tá bom, mas cadê ele?
  • Eu o separei para ser doado, quem sabe alguém não consegue reaproveitar o tecido?
  • Mãe, se eu perder o vestido ele nunca mais vai aparecer! Por favor me devolva!
  • Olívia! Quem não vai mais aparecer? Você precisa descansar! Eu não quero que você use mais aquele vestido, me faz lembrar do dia que eu quase te perdi!

Olívia correu para a garagem e começou a mecher no saco que sua mãe colocava as roupas para doação. Fez a maior bagunça, jogou tudo no chão e encontrou seu vestido dourado amassado entre as roupas velhas.

  • Por favor mãe, não jogue meu vestido fora! Ele é meu! Eu preciso dele!

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