segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Parte II.

No dia do baile de formatura, Olívia se arrumava em seu quarto. Assim que terminou de vestir o maravilhoso vestido dourado, algo muito estranho aconteceu. Uma imagem foi tomando forma no reflexo do espelho. Era a mesma imagem do homem claro que antes a havia assustado na loja.
Olívia perdeu o som da voz por alguns segundos e com medo de ser notada, prefereriu ficar calada e observar o que de fato poderia estar acontecendo.

O homem, na verdade era apenas um garoto da sua idade, porém parecia ter vindo de uma época distante. Ele usava roupas medievais, tinha cabelos claros e porte elegante. Ele andava de um lado para o outro em seu quarto como se estivesse machando, mas por algumas razão ele não a via.

Talvez tivesse vindo de uma outra dimensão, de um outro tempo, mas o que ele estava fazendo lá? Como chegara ao seu quarto? As perguntas e o silêncio daquele instante foram cortadas pelo chamado de Dona Helena e no mesmo segundo a imagem daquele garoto desapareceu em uma neblima.
  • Olívia!
  • Sim mamãe!
  • Jorginho já chegou e está aqui te esperando para ir junto ao baile, não demore!

O coração de Olívia foi às nuvens, ela pulava de alegria, sorria, se maquiava e respirava pausadamente para não parecer tão nervosa. Depois de alguns minutos, Olívia apareceu na sala, linda como uma princesa e se sentindo a menina mais feliz do mundo.

Jorginho e Olívia estudaram juntos no primário. Aos 15 anos Jorginho foi fazer um intercambio na Europa e voltou 1 ano e meio depois, mais forte, mais alto e com um piercing na língua. O que na visão de Olívia o deixava ainda mais bonito.

Ao chegar na festa vários garotos vieram falar com Olívia e disputaram sua atenção. Para não não engordar 1grama ela acabou não comendo nada. O pouco que comeu foram alguns docinhos e só os aceitou para não fazer uma desfeita à Jorginho que viera todo fofo trazendo eles no prato especialmente para Olívia. Porém assim que os comeu, ela correu para o banheiro feminino e deu um jeito de colocar tudo para fora.

Ao sair do toillet, Olívia deu de cara com Jorginho que lhe entregou uma caipirinha nas mãos.

  • Vem dançar comigo, vem!
  • Ai Jorginho, eu não bebo!
  • É fraquinha Lili, experimenta!

Olívia cheira a bebida e a larga na mesa

  • Mas tem um cheiro forte...

Ele desiste da bebida e a puxa pelas mãos.

  • Vamos para um lugar mais reservado então.

Jorginho a leva para o ambiente externo da festa. Um jardim lindo onde o som alto não alcançava e um pouco mais reservado para conversar.

  • Quer dizer que você não bebe?
  • Careta, né?!
  • Eu adoro meninas certinhas.

Ele a puxa para perto de si e antes que ela pudesse falar qualque coisa, ele a rouba um beijo. Ele tenta descer suas mãos pelo corpo dela, mas não consegue, pois ela o rejeita.

  • Jorginho, eu acho melhor agente voltar!
  • Desculpa não quis te assustar! É que te vendo assim tão linda, não consegui resistir. Acho que estou apaixonado! Vamos curtir mais um pouquinho, vai...

Olívia abre um sorriso, seus olhinhos brilham e ela aceita.

  • É diferente beijar alguém de piercing.
  • Gostou?
  • Muito! Eu não queria ser tão careta, hoje é nossa formatura, você poderia me ensinar a beber.
  • Sério, mesmo?! Estou adorando esta nova Olívia!
  • Só quero experimentar um gole do seu drink, meus pais nunca me deixaram beber.
  • Nada disso minha princesa, espera aqui que eu vou trazer um especialmente feito pra você.

Em poucos minutos ele volta com 2 batidas de leite condensado e maracujá.

  • Uma pra mim e outra pra você?
  • Não princesa as duas são pra você!

Esta era a última imagem que Olívia conseguia lembrar da festa, depois nada vinha em sua mente, por mais que se tentasse relembrar, nada surgia. Ela acordou com o braço roxo e com alguns arranhões no hospital. E quando a perguntavam sobre o que havia acontecido naquela noite, ela dizia lembrar apenas de um sonho.

(to be continued) . . .

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