quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Parte III.

O sonho de Olívia.

Olívia galopava em cima de um cavalo selvagem e sem controle. O seu vestido de formatura se rasgava entre as plantas. Olívia sentia muito medo de cair, mal conseguia ver a paisagem a sua frente. Era madrugada, sentia frio e suas pernas doiam de tanto esforço para continuar no cavalo. No meio da neblina um vulto foi tomando forma e uma voz vinha em sua direção.

  • Nao tenha medo, quando eu contar até 3 voce solta as redeas que e eu te salvo!
Era o mesmo homem claro de roupas medievais que ha perseguia em suas visoes. Porém, agora o via com clareza e percebeu que ele era um garoto da sua idade, mas com muita atitude e coragem. Por mais que nao o conhecia, ela sentia familiarizada com aquela imagem. Sentia uma confiaça em suas palavras e a certeza que seria salva em seu coraçao.
  • Eu te seguro. Vamos la. 1,2,, 3 e já! Largue a redea!

  • Nao consigo! Minha mao está grudada!

  • Sua mao está livre, nao tenha medo, é apenas impressao! Largue a redea!
Olívia se soltou do cavalo que corria em direcao a um penhasco, fechou os olhos e como mágica ao abrir se viu em cima de um outro cavalo que era guiado por este garoto.

No hospital

Olivia nao lembrava de mais nada e relatava este sonho aos policiais e psicólogos que a abordaram. Ela era a única sobrevivente do acidente de carro que matara Jorginho e mais dois colegas que os acompanhavam na formatura. Durante o tempo que esteve hospitalizada sentia muita tontura, dores no corpo e sonolência. Nao gostava de acordar e ter que falar com os policias, nao gostava da comida do hospital e nem queria falar sobre a festa. Nao queria encarar esta nova realidade e nem no enterro dos meninos ela quis ir. Olivia só queria ficar sozinha, para que seus olhos pudessem chorar sem ter ninguem por perto, mas seus olhos estavam cansados e derrubar uma lágrima também era trabalhoso. Era uma tristesa tao grande, um medo, uma dor que enquanto sua mente e seu corpo se recuperavam do trauma, Olivia só sonhava. Sonhou por vários dias e noites sem se levantar.

  • Acorde!
  • Quem me incomoda?
  • Nao sabia que voce era tao mal criada! Mas se abrisse seus olhos saberia quem é a pessoa que lhe dirige a palavra.
Ela entao abriu os olhos e deu de cara com o garoto medieval
  • Voce de novo?
  • Nao tem problema, eu vou embora e cham0 outro pra ficar no meu lugar!
O garoto virou-se e comecou a andar e a se afastar.
  • Por favor, nao vá!
  • Porque nao quer que eu vá? Achei que estava cansada de mim?
  • Estou me sentindo muito sozinha e gosto da sua compania.
  • Nos conhecemos?
Olivia olhava assustada sem entender a perguntar, apesar de nao o conhecer, já o vira algumas vezes e pensava que ele lhe traria respostas ao invés de lhe trazer mais dúvidas. Afinal, nao havia sido ele quem a salvou do cavalo durante o sonho e quem a assombrava no reflexo dos espelhos? Olivia segurou na mao do menino, como quem suplica a permanência de alguem e disse.
  • Quando olho pra voce, eu sinto que ja nos conhecemos ha anos. Mas nao sei o seu nome, nao sei porque está aqui, nao sei se isso é real. Acho que eu estou confusa, por favor fique!
  • Nao precisa temer, se precisar de mim estarei com voce!
  • Assim como me salvou do cavalo, ne!
  • Que cavalo?
  • Nao era voce?
  • Era, mas voce estava inconsciente, achei que nao ia lembrar. Cuidado com seu estomago.
  • O que?
Na mesma hora Olivia sentiu uma dor no estomago tao grande que foi capaz de acordar daquele sonho e gritar por sua mae. Ela vomitava muito sentindo-se cada vez mais debiltada.

(to be continued...)


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